The Joshua Tree e Rattle and Hum (1986–1989)
"A beleza selvagem, a riqueza cultural, o vago espírito e violência feroz da América são exploradas para o efeito atraente em praticamente todos os aspectos de The Joshua Tree — no título e na capa, o blues e os empréstimos evidentes do país na música... De fato, Bono diz que 'o desmantelamento da mitologia americana' é uma parte importante do objetivo de The Joshua Tree."
— Anthony DeCurtis.[51]
Consciente de que "o U2 não tinha tradição" e que seu conhecimento musical no seu início era limitada, o grupo aprofundou-se na raíz da música americana e da música irlandesa.[52] Amizades com Bob Dylan, Van Morrison e Keith Richards motivou a banda explorar o blues, folk e música gospel, focando as habilidades de composições e letras de Bono.[53] Para seu quínto álbum, The Joshua Tree,[54] a banda queria construir as mesmas texturas de The Unforgettable Fire, mas buscavam um som mais difícil de atingir, usando as limitações das estruturas das canções.[55] Em 1986 a banda interrompeu suas sessões de gravação do álbum para servir como manchete na ação da Anistia Internacional na A Conspiracy of Hope Tour. Ao invés de serem uma distração, a turnê acrescentou uma intensidade extra e foco para seu novo material.[56] Em 1986, Bono viajou para El Salvador e Nicarágua, vendo em primeira mão o sofrimento dos camponeses intimidados em conflitos internos que foram sujeitos à política de interveção americana. A experiência tornou-se uma influência central na nova música.[57]
A árvore retratada no encarte do álbum The Joshua Tree. Adam Clayton disse: "O deserto era imensamente inspirador para nós como uma imagem mental para este registro".[58]
The Joshua Tree foi lançado em março de 1987. O álbum sobrepõe a antipatia americana contra a profunda fascinação do grupo com o país, seus espaços abertos, liberdade e ideiais.[59] A banda queria uma música com um sentido de localização e uma qualidade "cinematográfica"; queria a música do registro e as letras extraídas em imagens criadas por escritores americanos, cujos trabalhos a banda vinha lendo.[60] The Joshua Tree tonou-se o álbum mais vendido na história das paradas britânicas, e liderou a Billboard 200 nos Estados Unidos por 9 semanas consecutivas.[61] A primeira dos singles, "With or Without You"[39] e "I Still Haven't Found What I'm Looking For", rapidamente tornaram-se o hit de número #1 do grupo nos Estados Unidos. Eles tornaram-se a #4 banda de rock a ser destaque na capa da revista Time,[62] que declarou o U2 como a "Bilheteria mais Quente do Rock".[63] O álbum ganhou seus primeiros 2 Grammy Awards,[64] trazendo à banda um novo nível de sucesso. Muitas publicações, incluindo a Rolling Stone, têm os citado como um dos maiores do rock.[65] A The Joshua Tree Tour foi a primeira turnê em que a banda fez concertos em estádios, ao lado de arenas menores.[66]
O documentário Rattle and Hum com imagens gravadas da turnê Joshua Tree, e que acompanha o álbum duplo de mesmo nome, inclui nove faixas de estúdio e seis performances ao vivo do U2. Lançado em outubro de 1988, o álbum e o filme foram concebidos como um tributo à música americana,[67] incluindo gravações no Sun Studios em Memphis e performances com Bob Dylan e B. B. King. Rattle and Hum teve uma performance modesta na bilheteria e recebeu críticas mistas de ambos os filmes e críticos musicais;[68] um editor da Rolling Stone falou da "excitação" do álbum, outro descrevendo-a como "bombástica e equivocada".[69] O diretor do filme Phil Joanou, o descreveu como "um olhar pretensioso do U2". [70] A maioria do novo material do álbum foi tocado em 1989, na turnê Lovetown Tour, fazendo shows na Austrália, Japão e Europa, porque a banda queria evitar a reação norte-americana. Além disso, eles cresceram insatisfeitos com suas performances ao vivo; Mullen lembrou: "Fomos os maiores, mas não fomos os melhores".[71] Com uma sensação de estagnação musical, Bono disse aos fãs em uma das últimas datas da turnê que era "o fim de algo para o U2", e que eles tinham que "ir embora e [...] tudo apenas como um sonho novamente".[72]
